Thursday, December 10, 2009

Blues Vs. Pop




John Mayer lançou este ano em Novembro o seu quinto álbum de estúdio chamado Battle Studies, produzido por si e Steve Jordan (baterista de John Mayer Trio). Depois de Continuum (2006) e Where The Light Is (2008) - este último ao vivo - podemos denotar um registo mais ligado ao Blues, algo que surpreendeu imensa gente visto que os seus primeiros álbuns estavam mais ligados ao pop-rock que outra coisa. Aliás, Mayer tinha composto alguns temas que embora fossem eficazes (porque ficam na cabeça e todos conhecem) irritavam-me solenemente! Tomava-o por um artista altamente comercial, que vende um produto musical destabilizador de miudas demasiado novas e idiotas para se conseguirem controlar num concerto. A verdade é que foi com Mayer que aprendi a não fazer juízo de valor sem antes fazer alguma pesquisa e obviamente ouvir os seus trabalhos. Isto aconteceu com os avisos de alguns conhecidos que me chamaram à atenção para o talento de Mayer como compositor e guitarrista! - "Guitarrista?!", perguntei eu. Fiquei pouco convencido, mas MUITO curioso. E foi ai que aconteceu... quando comecei a fazer a minha tal pesquisa deparei-me com uma capa da Rolling Stone que continha um artigo chamado The Top 20 New Guitar Gods acompanhado de uma fotografia com John Frusciante, Derek Trucks e JOHN MAYER. Pareceu-me ser a confirmação do que já me tinham dito. Frusciante e Trucks já eu conhecia e aprovava! De facto são os dois guitarristas de topo, principalmente Trucks que carrega uma história fantástica (depois da morte de Duane Allman, foi Trucks com 20 anos que ocupou o seu lugar nos Allman Brothers)! Agora Mayer... capa Rolling Stone... apontado como um dos melhores guitarristas da sua geração... ? This i've gotta see... (or hear!) Comecei a ouvir todos os álbuns dele mas não ouvi pela ordem cronológica. Comecei primeiro a ouvir o álbum ao vivo Where The Light Is, gravado no Nokia Center em Los Angeles. Esse álbum tornou-se instantaneamente um dos meus all-time favorites, dando-me uma chapada de luva branca na cara por ter duvidado do seu talento. Ficou imediantamente comprovado toda a sua escola de Blues, toda a sua qualidade técnica enquanto (Super) guitarrista, a sua voz (embora já lhe desse crédito por isso) o seu bom gosto musical e as suas influências de grandes como Jimi Hendrix, B.B King, Robert Cray ou o seu herói pessoal Stevie Ray Vaughan. Tenho medo de imaginar o que seria caso Mayer não tivesse decidido em 2005 tomar outro caminho e dedicar-se ao que mais gosta, o Blues. Este passo foi assumido por si afirmando numa entrevista que estava closing up shop in acoustic sensitivity. Well done Mayer! Agora com Battle Studies, temos o "semi-regresso" do Pop que o ajudou a estabelecer como um artista conhecido pelo mundo fora. Digo "semi" porque continuamos com os riff's de guitarra poderosos com aquele essencia do seu ultimo trabalho de estúdio e actuações ao vivo. O pop está presente mas com moderação e de forma a acrescentar sempre qualidade e não prejudicar as suas composições.
Sendo para mim Blues e Pop dois pólos opostos (um adoro - mesmo - o outro por vezes gosto) aqui aceito plenamente o seu trabalho conjunto enquanto dois géneros distintos. Digo "aqui" como digo em outros trabalhos de outros artistas. Aliás, muitos artistas com raízes no blues fizeram trabalhos comerciais to make ends meet (Eric Clapton, Johnny Lang, entre outros) e nem por isso lhes deixo de dar mérito pelos "génios" que são... besides, tamos a falar de uma luta desleal. Obviamente Pop têm muito mais saida e protagonismo que Blues. Não é música de massas comparativamente a trabalhos de artistas tipo Britney Spears e companhia.

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